segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Denúncia de furto por parte de voluntários dos donativos destinados às vítimas das enchentes em Santa Catarina já gerou alguns resultados

O tenente-coronel Edson Rosti, comandante do 23º Batalhão de Infantaria, classificou de estarrecedoras as imagens que mostram voluntários e soldados do Exército furtando roupas e mantimentos destinados às vítimas da enchente em Santa Catarina. O militar viu as imagens em uma reportagem exibida pela RBS TV na noite de domingo, que mostrou doações sendo furtadas por vários voluntários e soldados que trabalham na Vila Germânica, em Blumenau. Segundo Rosti, um inquérito policial militar será aberto e os envolvidos serão punidos.
O general Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, declarou já ter aberto sindicância para apurar a autoria dos furtos cometidos. Pelo menos 13 soldados já foram identificados e responderão a inquérito militar.
O vídeo mostra que logo que os caminhões chegavam ao pavilhão eram descarregados pelos soldados. Enquanto uns retiravam a carga, outros experimentavam os materiais. Os que serviam e tinham qualidade eram colocados dentro de mochilas. Em um dos diálogos gravados, um soldado pergunta para o outro: "O que tu vai fazer com esse sutiã aí, veio?" E o outro responde: "Vou levar pra minha mãe. Esse eu peguei pra minha namorada".
A imagens mostravam também outro grupo, só que de voluntários, que chegava de carro e selecionava apenas o que agradava. Uma das cenas mostra uma mulher empurrando um carrinho de supermercados até o estacionamento. Enquanto acomodava os produtos no porta-malas, o marido colocava vários pacotes de alimentos pela porta lateral do carro. As imagens foram feitas na sexta-feira com uma microcâmera.
O secretário de Desenvolvimento Regional de Blumenau, Paulo França, anunciou três medidas após tomar conhecimento dos furtos. Além de contratar uma empresa especializada na logística de produtos, também determinou que fosse catalogado e transferido todo o material da Vila Germânica para outro local, iniciativa que deve ocorrer nos próximos dez dias. Também prometeu acionar a assessoria jurídica para apurar os desvios e as pessoas envolvidas. O Ministério Público Estadual informou que também investigará as denúncias.
Em nota, o governo catarinense lamentou o caso e reiterou a confiança nos milhares de voluntários sérios, honestos e comprometidos com a recuperação de Blumenau e região. "São pessoas que dedicam seu tempo e disposição para ajudar o próximo e não devem, por causa da ação de algumas pessoas mal-intencionadas, ter sua honestidade maculada."
Mais que um ato de solidariedade, neste momento tão difícil para o povo daquela região atingida pelas enchentes, as doações são um ato de cidadania. Manchar a imagem dos que distribuem as doações feitas por quase todo o Brasil traz o risco de quebra da confiança daqueles que pensam em doar, pois sempre surge aquela pergunta: "será que minha doação chegará mesmo ao destino?". Infelizmente, quem doa alimentos e outros utensílios de primeira necessidade ao povo que sofre na região de Blumenau tem que exercitar cada vez a máxima cristã de fazer o bem sem olhar a quem. E neste caso, quem for crsitão que reze para que a doação chegue mesmo ao seu destino.
Mas para aqueles que perderam tudo, até mesmo o terreno de suas casas, além de familiares e amigos, isso não tem graça nenhuma. Mesmo porque, se as doações não chegam ao seu destino, eles continuam precisando, cada vez mais, de ajuda. Por isso, mesmo sem a garantia de 100% de que os alimentos, produtos de limpeza, roupas, etc., chegarão ao destino certo, não se pode deixar de exercer a solidariedade. Mesmo porque depois dessa denúncia, creio eu que a própria população local não irá ficar calada diante de tamanha atrocidade cometida por pessoas de má índole, que merecem ser governadas pelos corruptos que estão incrustados nesse país como um câncer. Mas não podemos nos esquecer que, um dia, lá no passado, estes políticos de hoje foram esses ladrõezinhos mequetrefes que vemos atuando hoje nesses "pequenos furtos".
Paro por aqui para não me indignar ainda mais.

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