sábado, 24 de setembro de 2011

Bairros do Tabuleiro e Jacintinho são os que mais sofrem com a violência no trânsito, segundo o Detran-AL.


Um estudo realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Alagoas fez um levantamento que revelou, entre outros dados, que os locais que registram o maior número de acidentes em Maceió são os bairros do Tabuleiro e Jacintinho. Este estudo ainda não foi divulgado completamente pelo Detran, mas os dados que inicialmente foram divulgados já passam uma ideia do problema vivido especialmente pela população da capital alagoana.
O estudo traz dados referentes ao ano passado, baseado nos relatos obtidos por meio de 2.436 entrevistas com pessoas envolvidas em acidentes. Segundo os dados divulgados pelo Detran e obtidos pelo portal maceioense tudo na hora, 73% dos acidentes ocorridos em 2010 se concentraram nas principais vias e rodovias que cortam Maceió, sendo destes 22% ocorridos no bairro Tabuleiro dos Martins e 10% no bairro do Jacintinho. Dadas as proporções de tamanho das vias dos bairros citados, o Jacintinho tem um número proporcional de acidentes ainda mais grave que o do Tabuleiro, que tem como principal via a Avenida Durval de Goes Monteiro que, junto à Avenida Fernandes Lima forma a principal via de deslocamento da cidade de Maceió.
Outros dados também preocupantes foram somados aos citados acima: das vítimas dos acidentes referidos na pesquisa feita pelo Detran, 82% são homens, 30% do total de vítimas estão na faixa etária dos 25 aos 34 anos, 56% são casados ou vivem em união estável e 38% possuem o nível fundamental de escolaridade. 
O dado mais alarmante é relacionado ao meio de transporte em maior ritmo de expansão em todo o país e que não poderia ser diferente em Maceió. As maiores vítimas de acidentes de trânsito em Alagoas são os motoqueiros. Estes correspondem a 39% das vítimas, segundo o estudo.
Outra triste constatação se relaciona à dificuldade de retorno ao trabalho ou mesmo ao mercado de trabalho para as vítimas de acidentes de trânsito. Segundo a pesquisa, 41% das vítimas possuíam vínculo empregatício antes do acidente e, após o acidente e posterior período de recuperação, 25% acabaram ficando desempregadas.
O objetivo principal da pesquisa feita pelo Detran, é o de utilização dos dados obtidos para posterior elaboração de campanhas sócio-educativas na área de trânsito, para tentar conscientizar os motoristas de que a prudência, a não ingestão de bebidas alcoólicas e o respeito às normas de trânsito são as principais armas para que menos pessoas acabem fazendo parte destas estatísticas.
Infelizmente, este não é um problema exclusivo de Maceió, porém, isto não pode ser desculpa para que não se faça nada a respeito. Espero que estes dados alarmantes desta pesquisa possam servir de base para que políticas mais eficazes sejam implementadas aqui em Alagoas a fim de, ao menos, estes tristes dados possam ser diminuídos nos próximos anos. Mas, em relação a Maceió, a prefeitura também poderia contribuir para melhorar o trânsito caótico de nossa cidade, principalmente implementando medidas que possam melhorar a fluidez do trânsito e que possam, também, aumentar a segurança para  todos os meios de transporte e, principalmente, para os pedestres. 
É cada vez mais urgente a necessidade de criação de faixas exclusivas para motos e bicicletas e da ampliação do número de passarelas para os pedestres nas principais vias da cidade, já que os dados inicialmente divulgados parecem só se referir aos acidentes que envolvam somente veículos automotores. Mas, não se pode esquecer que o número de atropelamentos de pedestres e ciclistas em Maceió é absurdo, como já foi relatado aqui em postagem anterior sobre a ciclovia da Via Expressa, que  naquela época quase não existia e que hoje está em situação ainda pior.
Além destas medidas que podem e devem ser tomadas pelos governos estadual e municipal, também nós, que fazemos o trânsito da cidade, devemos ter consciência de que nós também muitas vezes contribuímos para os riscos do trânsito. Isto nos casos dos pedestres que atravessam fora da faixa (isso quando existe faixa) ou que não usamos a passarela, nos casos dos motoqueiros e motoristas que arriscam a vida e passam pelos semáforos vermelhos para "ganhar" menos de um minuto de suas vidas e que abusam da imprudência em ultrapassagens perigosas e em manobras que lembram o estilo "Velozes e Furiosos" numa cidade repleta de engarrafamentos e de ruas que não sequer pavimentadas. Realmente espero que estes números não sirvam somente como meras e frias estatísticas, mas que sirvam de reflexão para todos, a fim de que menos pessoas percam suas vidas, por culpa do trânsito.
Boa tarde a todos.

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