quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Reportagem do Jornal Nacional de segunda passada citou o curso de Medicina da UPE em Garanhuns. As informações são aparentemente desatualizadas, mas os problemas já foram mesmo resolvidos?

Depois de quase três meses de um verdadeiro período de ausência, eis que estou reativando as postagens deste humilde blog que, aos poucos, vai ganhando idade, afinal, já se vão 4 anos de diversos assuntos aqui tratados relacionados às cidades de Garanhuns e Maceió, principalmente, mas também relacionados a outros temas de interesse comum de pernambucanos, alagoanos e demais brasileiros.
Eis que o tema que escolho para postar hoje aqui é polêmico: trata-se, mais uma vez, de uma reportagem que apresenta as supostas atuais condições do (ainda) novo curso de Medicina da Universidade de Pernambuco (UPE) em Garanhuns. Numa série de reportagens que começou na segunda passada tratando do curso de Garanhuns e de algumas famosas faculdades particulares e que teve continuidade ontem com uma reportagem sobre os cursos de Medicina do estado de Rondônia, o Jornal Nacional está fazendo um "raio-x" dos cursos da área no país, como forma de repercutir os maus resultados que foram divulgados pelo Conselho Federal de Medicina em relação a avaliação feita com alguns alunos concluintes que não conseguiram solucionar de forma satisfatória questões de complexidade baixa ou média.
Pois bem, voltando ao assunto do curso de Medicina da UPE em Garanhuns, foram mostradas informações que expressam uma situação de extrema dificuldade para o ensino e o aprendizado das disciplinas do curso referido, devido à falta de equipamentos e materiais para as aulas teóricas, bem como pela falta de estrutura do Hospital Dom Moura para receber os estudantes, da forma que você poderá assistir no vídeo abaixo:
Porém, segundo alertou de forma bastante clara o jornalista e blogueiro garanhuense Ronaldo César (leia neste link a matéria completa http://blogdoronaldocesar.blogspot.com.br/2012/12/bomba-jornal-nacional-utiliza.html) as informações utilizadas pelo jornal mais importante da Rede Globo são desatualizadas, já que as entrevistas mostradas na reportagem são da época em que houve a última greve na instituição de ensino superior, por volta da metade deste ano. Sendo assim, muitas dificuldades apresentadas na reportagem já teriam sido solucionadas, como, por exemplo, a falta de professores, que já teria sido suprida pelo concurso que já foi efetuado e que está em fase final de chamamento dos profissionais aprovados. Ontem à noite o jornal mais uma vez voltou ao assunto, informando a nota explicativa do governo de Pernambuco de que verbas já foram encaminhadas para o suprimento das necessidades da faculdade, mas sem uma retratação do telejornal sobre a veracidade e, principalmente, a atualidade dos fatos.
Diante disso, tentei até agora há pouco procurar mais informações sobre a atual situação da faculdade e, para tanto, busquei a fonte principal: o próprio sítio da universidade. Para minha surpresa, eis que simplesmente não existe link algum para o curso de Medicina de Garanhuns. Bom, então já temos um problema novo, sequer existem informações básicas da própria instituição sobre o curso referido. E quanto às demais informações relacionadas na reportagem, por acaso já chegaram à faculdade os cadáveres para estudo, já que Garanhuns não possui um Instituto Médico Legal? O hospital Dom Moura já recebeu todas as modificações necessárias para ser considerado como um verdadeiro hospital-escola? O concurso realizado alguns meses atrás realmente supriu as carências de professores efetivos para todas as disciplinas já existentes, ou só houve contratação até agora de professores temporários? Já existe um acervo de livros e revistas científicas variado e de boa qualidade na biblioteca da instituição? Há boas condições hoje para todas as atividades de ensino e, principalmente de pesquisa e extensão, bases do ensino superior público no Brasil, neste curso?  Essas são algumas perguntas que, mesmo com informações desatualizadas do telejornal e com os pontuais e necessários esclarecimentos de jornalistas de Garanhuns ainda não foram respondidas pela instituição de ensino superior que sequer disponibiliza as informações mais básicas sobre o curso. E não vale a desculpa de que "o curso é recente, não deu tempo ainda de atualizar o site" porque o curso de Direito de "Arco Verde" (é assim que está escrito lá, mas o certo é Arcoverde, a cidade que representa a porta de entrada do sertão pernambucano) já consta da relação de cursos da universidade.
Com a palavra os professores, alunos e demais profissionais que respondam por esta respeitável universidade, para que não fiquemos aqui apenas baseados em informações desatualizadas e lacunosas vindas da mídia nacional para responder a estas e outras perguntas pertinentes e que são de interesse público, afinal, todos nós queremos ter boas faculdades de medicina para que tenhamos bons profissionais desta área científica tão importante para nossa sociedade.
Boa noite a todos.

Um comentário:

  1. Uma atualização de reportagem feita hoje pelo portal G1 Pernambuco sobre o assunto, mostrando que as carências do curso de Medicina da UPE de Garanhuns ainda não foram solucionadas:
    http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2012/12/em-garanhuns-pe-estudantes-de-medicina-reivindicam-melhorias.html

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