quarta-feira, 14 de outubro de 2009

De Maceió a Aracaju?

Uma semana já se passou desde a apresentação da minha dissertação de mestrado, onde fui aprovado com bom resultado dado pela Banca Examinadora. E depois de tanto esforço, veio a merecida folga no feriadão, onde pude experimentar novas emoções e conhecer um novo lugar, do qual trouxe boas recordações e uma ótima impressão. Por isso o nome da postagem, porque dessa vez o destino da viagem foi outro: fui conhecer a capital de Sergipe, Aracaju e aqui trarei as minhas impressões que tive dos 3 dias que passei por lá.

A cidade é extremamente organizada, como já era de se esperar de uma cidade planejada, mas não deixa também de ter seus problemas. Não se pode negar que há também crianças fazendo malabarismo nos semáforos ou que existam córregos poluídos ao longo da cidade. Mas também não se pode negar que a cidade oferece um nível de qualidade de vida à sua população bem acima da média das demais capitais do nordeste brasileiro.
Só de parques, vi dois: o parque da cidade e o parque dos cajueiros. Não fui ao último, pois faltou tempo, mas visitei o parque da cidade, que na verdade é um misto de parque e zoológico. Primeiro de tudo, foi notável a organização do local, como também o bom tratamento que os animais de lá possuem. Além disso, a entrada é gratuita, o que torna o passeio altamente democrático, pois muitas pessoas vão para lá para passar o dia, levando comida para piqueniques e tudo. E o mais importante: mesmo assim, tudo lá está bem limpinho, dificilmente você observa algum copo de plástico ou pedaço de papel no chão. Além de ver os animais, a outra parte legal do passeio é andar de teleférico. Pagando 8 reais, é possível ir de teleférico morro acima, até chegar à parte mais alta da cidade, onde está localizada uma enorme escultura de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade. A volta é ainda melhor, com a bela vista da cidade.
E depois do teleférico, só me lembrei das ideias de um candidato a prefeito de Garanhuns um tanto "excêntrico", Paulo Camelo, que propõe sempre a construção de uma estação de esqui e um teleférico ligando as sete colinas de Garanhuns. Bom, quanto à estação de esqui, é uma coisa de delírio mesmo, mas depois de andar no teleférico de Aracaju até que achei que essa ideia do Paulo Camelo de teleférico em Garanhuns não era tanta loucura não!

Quanto ao trânsito, a cidade tem uma fluência de tráfego muito boa, por ter avenidas largas e bem sinalizadas. Na praia, a Avenida Santos Dumont, na praia de Atalaia é bem sinalizada, mas a ausência de semáforos (costume de Maceió) traz uma boa e uma má consequência: para os carros é ótimo, pois o trânsito tem pouquíssimos pontos de retenção, enquanto que para os pedestres, atravessar a avenida se torna uma aventura. Mas, em compensação os motoristas respeitam a faixa de pedestres, parando quando um pedestre sinaliza que vai atravessá-la.

Já as praias são muito bonitas, mas não são de águas tão calmas quanto as de Alagoas e Pernambuco. Mas o banho de mar em qualquer lugar é sempre revigorante. Pela curta temporada por lá, só tive a oportunidade de conhecer as praias de Atalaia e do Sarney. Todas muito bonitas e um tanto distantes das pistas e avenidas, o que torna bastante interessante e diferente para nós, que estamos acostumados a ver a água do mar praticamente entrando pelas avenidas à beira-mar em Maceió.

Outros pontos importantes que vi foram a hospitalidade e a boa educação do povo de lá. Por pouquíssimas vezes, nesses 8 anos que resido em Maceió, alguma pessoa que não me conhece me dirigiu a palavra para puxar um papo, uma conversinha que seja. E lá em Aracaju, em apenas três dias, parecia que todo mundo me conhecia, pois em quase todo lugar que chegava lá, sempre havia alguém disposto a perguntar alguma coisa ou a falar sobre algo, mesmo sem nunca ter me visto. Além do mais, ver uma cidade limpa e bem cuidada, em que, para onde você olha existe uma lixeira para jogar o lixo e onde existem inúmeras ciclovias (fiquei até com vontade de conhecer a cidade de bicicleta, acho que isso é até possivel por lá, enquanto que em Maceió isso seria sinônimo de risco elevado de vida) não tem preço.

Bom, se fosse continuar escrevendo aqui teria uma lista de coisas para comparar entre as cidades que conheço e que vivo em relação a Aracaju. Mas resumo tudo ao que relatei acima e ao que relatarei agora.
Vi em Aracaju mais pontos de contato com Garanhuns e Recife do que com Maceió. O que vi parecido com Garanhuns foi a hospitalidade e a educação da população, que não trata você bem só porque você é turista, mas porque eles veem a pessoa como um ser humano, não como um rival ou concorrente, ou alguém apto a ser passado pra trás; em relação a Recife, o desenvolvimento industrial e econômico e o Shopping Jardins, o maior da cidade, que parece bastante com o Shopping Recife.
E com Maceió, vi muitas diferenças, que a cidade em que moro hoje poderia se espelhar nelas para tentar melhorar ao menos um pouco a qualidade de vida por aqui. Depois de 8 anos morando em Maceió já vi algumas coisas mudando para melhor por aqui, mas ainda é pouco perto da desorganização e das necessidades da população, que a cada dia aumentam e que tem respostas pouco efetivas do governo do Estado e do governo municipal em relação a essas carências da população.
Espero um dia ainda estar vivo para ver Maceió um dia ao menos com um pouco da organização que vi em Aracaju, o que acho que é uma esperança vã. Mas, como diz o ditado, a esperança é a última que morre.
Se gostei de Aracaju, confesso que se soubesse que era assim antes de vir para Maceió, não teria pensado duas vezes em ter me mudado para lá. Mas hoje a situação já é um pouco diferente, então quem sabe essa seja uma das opções de vida para o futuro?

E assim termino mais uma das minhas "postagens pessoais" por aqui. Agora, estou realmente indeciso sobre qual será a periodicidade deste blog. Quero aumentar as postagens por aqui, mas não sei se vai ficar algo difícil, principalmente nas semanas em que eu não esteja devidamente "inspirado". Mas aqui vai a garantia de que as quartas-feiras serão sempre, a partir de agora, datas de pelo menos uma nova postagem semanal.
Boa tarde e bom fim de quarta a todos!

6 comentários:

  1. Eu estava na duvida: morar em Macéio que me parece ser uma cidade bastante moderna, pelo menos nas pesquisas do google, ou morar em Aracaju. Depois dessa...

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    1. Anônimo...bom dia. Provavelmente me mudarei Pra esa região também....e pesquisando encontrei esse blog.....quaismconclusoesmesta chegando....e vc, claudemir..parabens pelas informações....na sua opinião, ainda existe essa grande diferença....?? Abracos

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    2. Olha pessoal, muito pouca coisa mudou em Maceió de 2009 pra cá, então o que escrevi nesta postagem ainda está valendo. Infelizmente os índices de violência aqui ainda são altos, além das grandes desigualdades sociais existentes aqui no estado de Alagoas. Porém, estes problemas também são sentidos em Aracaju ou em qualquer outra grande cidade de nosso país. Penso que as necessidades profissionais e familiares de vocês também deverão pesar na decisão de morar ou aqui ou em Aracaju.

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  2. alias, voce ainda mora em Maceio? Se puder me ajudar...

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  3. Eu sou de Fortaleza, mas estou pesquisando outras cidades do nordeste para ir morar. Voce tem algum contato de e-mail?

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