sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Haiti: o que podemos fazer?

Depois de quase 20 dias sem postar nada no blog, saio das férias daqui da internet para postar alguma coisa. E confesso que estava buscando alguma inspiração para poder postar aqui nestes primeiros dias do ano. Entre as muitas ideias, acabou que, nesta semana, aconteceu a tragédia do terremoto no Haiti. Infelizmente, um país já arrasado por anos de exclusão social, opressão e extrema pobreza agora tem que conviver com a total falta de estrutura em socorrer os feridos e em resolver o problema de onde colocar os mlhares de mortos nessa tragédia que comoveu o mundo.
Apesar de que existam alguns que coloquem a culpa pela tragédia em supostos "pactos demoníacos", como o pastor pentecostal norte-americano Pat Robertson, ou mesmo o próprio cônsul do Haiti no Brasil, que culpa o ocorrido pela prática do vodu, religião predominante no país e que nada tem a ver com a magia negra, como há anos o cinema trash de Hollywood insiste em alardear, o problema do Haiti deriva, sim, da nítida falta de estrutura e de preparo do governo do país em lidar com toda essa situação calamitosa.
Já era de se esperar uma consequência desse nível em um país onde parte dos seus cidadãos faz panquecas de barro para poder matar a fome, já que 80% da população vive com menos de 2 reais por dia.
Independente das causas do terrremoto, o que se deve pensar agora é em como resolver a situação dos milhões de feridos e desabrigados, que passam fome, sede e não têm para onde ir, já que praticamente todas as casas e prédios de Porto Príncipe, a capital do país, foram destruídos.
Num primeiro momento, os governos de quase todos os países do mundo mobilizaram esforços no sentido de enviar dinheiro, mantimentos e profissionais capacitados com o objetivo de garantir a sobrevivência daqueles que vagam pelas ruas sem esperança, num lugar onde falta tudo, além de auxiliar no resgate daqueles que ainda estão sob os escombros e que somente poderão sobreviver se forem resgatados o mais brevemente possível.
As perdas de vidas de civis e militares brasileiros já somam 17. Mas, todos eles devem ter morrido com a certeza de que cumpriram o seu dever, mesmo ainda persistindo quase todas as necessidades que um país extremamente pobre possui. Dentre as perdas, inclui-se a de um militar natural de Garanhuns, o sargento Davi Ramos de Lima, de 37 anos, que teve missa realizada em sua homenagem hoje, em Recife. O sargento servia no 5º Batalhão de Infantaria Leve, em Lorena, interior de São Paulo. Assim como ele, todos os demais militares brasileiros em serviço no Haiti tinham como objetivo pacificar o país, que já sofria desde 2003 com a guerra civil iniciada após o colapso provocado após a crise do governo do presidente Jean Bertrand Aristide.

A ajuda oferecida pelo Brasil não foi somente financeira: muitos bombeiros, incluindo alagoanos, bem como militares se voluntarizam a cada momento para ir ao Haiti e ajudar no que for preciso para que as consequências da calamidade produzida pelo terremoto possam ser ao menos atenuadas para aqueles que sobreviveram.
E o que nós, "pobres mortais" que não temos preparo suficiente para ajudar nesse momento, podemos fazer: em breve, surgirão campanhas de arrecadação de alimentos, roupas e outros artigos de primeira necessidade que a população de lá precisará. Então, deveremos nos manter atentos ao momento em que a ajuda inicial conseguir estabilizar minimamente a situação por lá, pois será neste momento que a ajuda de todos nós será extremamente importante, mesmo de longe, para ajudar a estes nossos irmãos que ainda vão precisar, provavelmente por anos, da nossa solidariedade. Por enquanto, deveremos ao menos voltar nossas preces, rezas e orações, para que todos por lá consigam encontrar um rumo para suas vidas em meio a toda essa situação de caos em que se encontra Porto Príncipe.
Boa tarde a todos e (ainda está em tempo, pois o ano apenas começou) feliz 2010 a todos.

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