sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Se essa moda pega... advogados estão liberados do uso de terno e gravata em dois estados brasileiros. Pernambuco passa a ser um destes.

Uma resolução que entrou em vigor nesta semana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Pernambuco liberou os advogados de todo o Estado de usarem paletó e gravata durante o trabalho. Esta é a segunda decisão tomada pela entidade neste sentido no país. O estado pioneiro foi o Rio de Janeiro, que começou a implantá-la em todo o estado na semana passada.

Para o presidente da OAB em Pernambuco, Henrique Mariano, a resolução foi tomada pelo seguinte motivo: o desconforto que o clima causa, especialmente em época de calor forte, como no caso do verão, fato que se agrava ainda mais para quem tem que usar o traje formal diariamente. Porém, a proposta não foi relacionada à abolição do traje, mas sim foi relacionada à liberdade que os advogados terão, a partir de agora, de trajar outra roupa que não a combinação necessária ao uso do terno.

Porém, os advogados não poderão escolher toda e qualquer roupa para o trabalho. A resolução pernambucana é clara quanto aos itens do vestuário que não serão admitidos para o exercício do trabalho do advogado. Não será admitido, como já ocorre hoje em qualquer situação em que é necessário adentrar à sede de um órgão público, o uso de bermudas, camiseta regata, jeans esportivo, tênis ou chinelos. Para o presidente Henrique Mariano, os advogados que optarem por não usar terno devem vestir roupas condizentes com o decoro exigido para o exercício da profissão.

Para o juiz Carlos Magno, da 9ª Vara de Família da Comarca de Recife a, a decisão da OAB foi acertada. Para o magistrado, o hábito não faz o monge, o importante é que o advogado seja ético, profissional e engajado com sua causa. O magistrado afirmou ainda nunca ter impedido nenhum advogado de entrar na sala de audiências por não estar vestindo terno completo. Segundo Carlos Magno, alguns advogados pedem desculpas por não estarem vestindo o terno completo, ou porque esqueceram a gravata ou porque deixaram o paletó em algum lugar.
Fonte: site ultimosegundo.ig.com.br, com adaptações.

Esta não é uma ideia inédita no país. Até mesmo já se cogitou que deputados federais e senadores votassem resoluções internas permitindo que os mesmos não tivessem a obrigação de sempre usar o terno completo durante o expediente. O uso do traje completo por nós, profissionais do Direito, resultou de influências estrangeiras, europeias, diga-se. Lá, provavelmente é um local bem mais adequado ao uso dessas roupas do que nas nossas terras de calor escaldante, especialmente nesta época do ano. Portanto, esta decisão, que por enquanto restringe-se a Pernambuco e Rio de Janeiro, mostra uma tendência à adequação do vestuário profissional masculino à nossa realidade.

Afinal, nem todo mundo passa o dia inteiro no conforto do ar-condicionado, seja o do fórum, seja o do seu carro. E, para aqueles que andam de ônibus, a situação ainda é mais complicada.
Longe de aqui defender ou ser contrário à decisão, vejo aí uma possibilidade de um debate a ser travado, num futuro próximo, que possa levar essas decisões a serem nacionalizadas pelo Conselho Federal da OAB. Por que não? Mas, sempre existem os mais conservadores, que veem nessa novidade a possibilidade de que se abra espaço para que alguns usem roupas que não se relacionem com a tradição da profissão.

No entanto, estas resoluções são bem claras no sentido de que o uso do terno não está proibido, mas sim foi flexibilizado, principalmente para aqueles que não se acostumam a usar roupas tão quentes neste calor escaldante de verão, em que facilmente as temperaturas ficam acima dos 30º. Se a OAB de Alagoas resolver adotar essa ideia por aqui também, até que não ficaria triste não e, assim como eu, penso que muitos outros também ficariam felizes em não ser sempre obrigados a usar roupas mais quentes nesse calor.

Enfim, é uma discussão que parece apenas estar se iniciando com relação aos advogados. Mas, em outros setores sociais essa discussão também existe, como nos casos de possibilidade ou não do uso de uniformes para os estudantes de colégios e escolas públicas e particulares, por exemplo. Porém, como moda não é bem minha área, sugiro então a quem entenda de moda, caso queira opinar, indique nos comentários, por gentileza, qual seria a opção mais discreta para substituir o terno, durante o expediente profissional, sem que fiquemos, digamos, um pouco estranhos, nem muito informais, no exercício da nossa profissão.
Boa noite a todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário