quinta-feira, 10 de maio de 2012

Os números mais recentes da dengue em Alagoas.

Não costumo fazer postagens sobre a situação das doenças endêmicas aqui no Nordeste, especialmente em Alagoas e Pernambuco, principalmente por envolver dados e informações que não domino, já que não pertenço à área da saúde. Mas, como estou acamado há alguns dias devido à minha segunda vez que contraio dengue, acabei sentindo-me na obrigação de ajudar a divulgar os dados mais recentes sobre a dengue no estado de Alagoas, além de divulgar informações importantes sobre a prevenção e tratamento da doença, já que este assunto acaba sendo de interesse de todos.

De acordo com os números divulgados no último dia 08 pela Secretaria de Saúde do estado de Alagoas, o estado possui, oficialmente, 8.568 casos de dengue, tendo ocorrido, até agora, seis mortes por suspeita de dengue, sendo apenas uma, até agora, confirmada. Outro dado importante divulgado pela SESAU está relacionado à propagação do 4º tipo de vírus da dengue em Alagoas. Até agora, já foram confirmados 11 casos da dengue tipo-4 no estado, tendo havido contágio de pessoas que não saíram de Alagoas nos últimos dias, o que confirma o fato de que já há propagação do vírus 4 em algumas cidades, incluindo a capital, o que aumenta o risco de contágio das pessoas que já contraíram dengue no passado.

Em Alagoas, já são 28 cidades que enfrentam situação de endemia da doença. Outros 31 municípios estão em alerta, enquanto outros 38 estão com a situação sob controle. Dentre as cidades com risco de endemia ou com endemia já confirmada e que já tiveram casos de dengue tipo-4 notificados estão Maceió, Marechal Deodoro, Palmeira dos Índios, Maragogi, Piaçabuçu e Cacimbinhas.

Segundo o governo do estado, diversas ações têm sido adotadas para prevenir e combater o mosquito transmissor da doença. Dentre elas, estão  mutirões de limpeza, tratamento químico, uso do fumacê, quando necessário, além da capacitação dos profissionais de saúde para a maior rapidez no diagnóstico e tratamento da doença. Sinceramente, não tenho visto nenhuma atitude preventiva por parte do governo do estado ou da prefeitura sendo feita desde o início do ano aqui em Maceió. Até mesmo os agentes de controle epidemiológico não têm mais visitado a casa onde moro. Se esta situação se repete em outros locais da cidade, então não está havendo nenhum trabalho preventivo e de conscientização da população por parte do Poder Público aqui em Alagoas. Quanto à capacitação dos profissionais, não tenho do que reclamar, pois, em comparação com minha primeira dengue, que contraí em 2005, a diferença com relação ao atendimento no hospital foi nítida. Em 2005, nenhum médico se arriscou a diagnosticar dengue e houve inclusive médicos (que não eram especialistas, infectologistas) que insistiam em alegar que eu estava com uma mera reação alérgica, o que dificultou e quase inviabilizou o tratamento àquela época. Agora, em 2012, houve mudanças perceptíveis. Primeiro, o reconhecimento de que até mesmo a suspeita de dengue já leva o caso a ser emergencial (fato que já diminui o tempo de espera de atendimento na primeira consulta), depois o fato de que a médica especialista já tratou o caso, desde o início, não como suspeita, mas como dengue, já prescrevendo um tratamento à base de quase inacreditáveis 25 copos d'água por dia (estou me sentindo um verdadeiro barril de água rsrsrs), além de paracetamol ou dipirona, para o caso de febre e nada mais, o que facilita (e muito) o tratamento.

O problema quanto ao diagnóstico é sempre relacionado à semelhança que a dengue possui com a gripe e com outras viroses que sempre atacam nessa época do ano. Mas há alguns sintomas que, quando combinados, fazem sempre perceptível a infecção pela dengue. Um deles é a ocorrência de manchas vermelhas na pele (exantema), que é característico da dengue. Outro deles é a coceira, que segundo a médica que tem me tratado, diminui à medida que você ingere grandes quantidades de água. Ao menos comigo tem dado certo, aos poucos as manchas vermelhas e a coceira estão diminuindo. O problema fica com relação a outros sintomas, que são comuns à dengue, às viroses em geral e à gripe, como dor de cabeça, febre alta e dores no corpo. Por isso, é indispensável o acompanhamento médico sempre que você esteja com febre alta que não cesse com o uso do medicamento antitérmico. Ainda fiz errado, nesta minha segunda dengue, pois só fui procurar o médico quando os sintomas de coceira e vermelhidão apareceram, lá pelo quinto dia de infecção. Quanto mais cedo você procura tratamento, mais rapidamente as crises vão embora e menores serão as chances de contrair a forma hemorrágica ou mesmo a forma mais rara e agressiva da doença, que é a síndrome de choque associada à dengue, que tem sintomas que vão desde alterações neurológicas até insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural.

Abaixo, incluirei algumas informações importantes para quem se interessar por saber as diferenças de sintomas entre a dengue e outras doenças virais, para que se possa identificar, ao menos previamente, qual é o seu problema de saúde. Lembrando sempre que é imprescindível que se busque o auxílio de um médico infectologista, especialista no assunto e que se evite a automedicação, para evitar complicações da doença, como a dengue hemorrágica. Neste sentido, evitar o uso de AAS (Ácido Acetil-Salicílico) é fundamental. Além disso, o repouso é fundamental. Não é à toa que a doença é chamada popularmente de dengue (parece com "dengo"), já que quanto mais a pessoa se movimenta, mais produz enzimas que alimentam o vírus transmitido pelo mosquito aedes aegypti, principalmente a amilase.

E, quanto à prevenção, é fundamental que nunca esqueçamos de tentar restringir ao máximo os focos de reprodução do mosquito, que já se adaptou ao ambiente urbano e se reproduz hoje até em água suja e salobra. Então, vamos sempre nos lembrar de não deixar expostos vidros, garrafas, pneus, de nunca deixarmos as caixas d'água destampadas, além de sempre tomarmos cuidado com vasos de planta, calhas, bicas, ralos, bem como com quaisquer lugares que possam juntar mínimas quantidades de água que possam servir de criatórios para o mosquito da dengue.

As informações que posto abaixo retirei do facebook da amiga dancampos, que compartilhou essa imagem hoje pela manhã, bastante interessante e que deve ser divulgada para conhecimento de todos, retirada da secretaria de saúde do município de Dracena-SP:

Boa noite a todos.

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