segunda-feira, 5 de abril de 2010

No clássico dos desesperados, eis que surge o gol da discórdia. Esse eu vi com meus próprios olhos (ou será que não vi?).

Pois é, como de praxe, todo ano acabo indo a Garanhuns e assistindo a um jogo do Sete de Setembro no Gigante do Agreste. Dessa vez não deu pra ir ao jogo contra o Sport, mas fui ontem, meio que por acaso, assistir ao jogo Sete x Vera Cruz, o clássico dos desesperados do campeonato pernambucano.
Os dois times entraram em campo empatados com apenas 14 pontos, sendo que o Sete entrou em campo como o lanterninha, posição que o time ocupou em quase todas as rodadas do campeonato, o que o tornava, até então, fortíssimo candidato ao rebaixamento. Fato que piorou ainda mais depois de ontem, e mais ainda depois da notícia de hoje. Que sina é essa do Sete e da sua torcida!
Bom, resumindo o que aconteceu no jogo, que assisti pela primeira vez na vida das cadeiras do estádio (bela visão, por sinal), que ficam acima das arquibancadas comuns, os dois times não faziam medo nenhum no jogo. O primeiro tempo, não fosse uma bola na trave para cada lado, teria passado despercebido aos olhos do torcedor. Para se ter uma ideia de como o jogo estava emocionante, bem próximo de mim havia um garoto de uns 8 anos que leu de trás pra frente o gibi que ele tinha levado ao estádio. Pelo jeito o super heroi da Marvel estava mais interessante do que o jogo. Até eu fiquei com mais vontade de ler foi o gibi, pra falar a verdade. rsrsrs
Bom, no segundo tempo as coisas melhoraram, afinal bateu o desespero principalmente no time do Sete, que precisava desesperadamente da vitória. E o jogo melhorou depois das alterações feitas pelo treinador do lobo-guará, até que, por volta da metade do segundo tempo, o Sete colocou pressão na defesa do Vera Cruz e, num chute que foi mais cruzamento do que chute a gol, da direita para a ponta esquerda, o Sete abriu o placar. O Vera Cruz oficialmente empatou o jogo já por volta dos 45 minutos, numa bela cobrança de falta. Oficialmente, porque logo depois do gol do Sete, surgiu o lance que poderá mudar toda a história deste jogo.
Logo após o gol do Sete de Setembro, o Vera Cruz ensaiou uma reação, impondo forte pressão para a defesa do Sete. Até que, numa cobrança de falta ensaiada, vem um chute forte e uma bola que toma um destino completamente incomum.
Para os jogadores do Vera Cruz, foi gol. Com direito a comemoração parecida com a de Pelé e tudo o mais. Para os jogadores do Sete, a bola fez uma bela curva, mas saiu pela linha de fundo. Para mim, sou sincero em dizer que não consegui acompanhar a velocidade da bola e, numa primeira impressão, pensei que a bola tinha ido para fora. Ainda mais depois que o árbitro da partida resolveu dar tiro de meta!
Mas o meu primo Anderson, palmeirense roxo e ontem foi Setembrino apaixonado por um dia, prestou mais atenção ao lance e reparou que a rede tinha se mexido, como que de fora para dentro, o que, para bom entendedor de futebol, significa que a bola entrou, mas aparentemente saiu porque a rede estava furada.
E penso que essa foi a dúvida que o árbitro da partida ficou depois do lance. Infelizmente, de onde eu estava, não dava para ver qual foi a atitude tomada pelo auxiliar, mas me parece que houve dúvida tanto do árbitro, quanto do bandeirinha. Pelo comportamento do árbitro se percebe a dificuldade do lance: primeiro, depois que os jogadores do Vera Cruz comemoraram o gol, o árbitro correu até fora da área, o que demonstrava que realmente tinha sido gol. Logo em seguida, os jogadores do Sete cercaram o árbitro para dizer que a bola tinha ido para fora, enquanto os jogadores do Vera Cruz diziam que a rede estava furada. Então, o árbitro foi até a rede para conferir se ela estava furada, mas percebeu que não estava, dando tiro de meta para o Sete.
Porém, pelo que foi mostrado em rede nacional pelo Jornal Nacional, a rede não estava furada, mas sim solta na parte de baixo, onde deveria ter sido fixada à parte de baixo da trave, a que fica rente ou logo abaixo da grama.
Por conta disso, o Vera Cruz vai pedir a anulação do jogo, o que me deixa ainda mais triste, pois se já deu trabalho para o Sete conseguir empatar a partida, imagine tendo que jogar de novo? Mas, quem sabe a sorte do Sete (e da rede também) não mudarão com uma possível nova partida?
Só para lembrar que, em 2007, o Vera Cruz também foi prejudicado por um furo na rede num jogo contra o Central, em Caruaru, em que o time caruaruense venceu por 2 a 1, quando, na verdade, o Vera Cruz fez um gol que atravessou o furo na rede que poderia ter valido o empate e ainda mais, a permanência do time de Vitória de Santo Antão na elite do futebol pernambucano. Naquela época, o árbitro Wilson Mendonça foi suspenso, fato que já se repetiu com o árbitro do jogo de ontem, Nilson Nogueira, que foi suspenso pelo restante do campeonato.
Vale agora um restinho de torcida para que o Sete de Setembro ainda tenha um sopro de vida nessas últimas rodadas. A última esperança será na 4a feira, contra o Araripina, de novo em Garanhuns. Vamos ver se pelo menos ajeitam a rede dessa vez, não é?
Boa noite a todos.

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