quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O adeus do futebol pernambucano na série A de 2009

Bom, depois de 38 rodadas e de quase 7 meses de disputa, terminou o campeonato brasileiro. E terminou para o futebol pernambucano da pior forma possível, afinal, os dois representantes do estado, Sport e Náutico foram rebaixados para a 2ª divisão, um em penúltimo e o outro em último.
É algo vergonhoso para um estado tradicional no futebol brasileiro e que já tem 2 títulos nacionais: um campeonato brasileiro e uma copa do Brasil, todos conquistados pelo Sport, o primeiro em 1987 e o outro em 2008. No final dessa postagem voltarei ao assunto de 1987, que voltou à tona com o "hexa" do Flamengo.

Náutico - o fim de uma agonia de 3 anos

O Náutico, desde que retornou à 1ª divisão junto com o Sport em 2007 não deu sossego à sua torcida. Afinal, foram 3 campeonatos brasileiros em que o time sempre começava bem e terminava mal. No ínício, a equipe alvirrubra parecia que iria engrenar, mas do meio para o final do campeonato sempre lutava contra o rebaixamento. O nível dos jogadores, aliado a uma política bastante amadora da diretoria do clube não permitiram que o Timbu crescesse e desenvolvesse um futebol empolgante e de bons resultados em 2009, repetindo as campanhas fracas de 2007 (15º lugar) e 2008 (16º lugar). Em 2009, nem a contratação do competente técnico Geninho, nem a invencibilidade nos dois "clássicos dos desesperados" contra o Sport (um empate na Ilha e uma vitória merecida nos Aflitos) conseguiram fazer com que o Náutico conseguisse escapar de um rebaixamento já anunciado desde o início do ano, provocado por um pífio desempenho no campeonato pernambucano (um vice-campeonato sem que, em nenhum momento, viesse a ameaçar o tetracampeonato do Sport) e um desempenho abaixo do esperado na Copa do Brasil.
A última e mais forte dor que o torcedor do Náutico deve ter sofrido aconteceu na penúltima rodada, quando o time entrou em campo precisando vencer o Santo André, mas acabou perdendo por 5 a 3, com um dos gols sofridos sendo gerados por uma falha grotesca do goleiro. No último sábado, já rebaixado, o Náutico já não entrou em campo com vontade alguma e se despediu da série A perdendo em casa para o competente Avaí, por 1 a 0.
Agora, fica a expectativa de que os cartolas do Náutico não pensem em reduzir ainda mais os custos das contratações do time, para evitar uma campanha ainda mais desesperadora, agora na série B.
Mesmo sendo torcedor do Sport, penso que o rebaixamento do Náutico não fez bem ao futebol pernambucano, pois sempre é bom que os maiores rivais estejam sempre em um nível competitivo, para tornar as conquistas deles (e as nossas principalmente) muito mais valorizadas.

Sport - do céu ao inferno em dois semestres

No ínício do ano, aqui neste mesmo blog, ressaltei a garra, a força e a organização do time do Sport naquele momento de tanto orgulho e ao mesmo tempo tanto sofrimento da torcida rubro-negra, que havia chegado pela primeira vez às oitavas-de-final de uma Taça Libertadores e que havia sido eliminada nos pênaltis pelo Palmeiras. Naquela época, ainda no primeiro semestre, o Sport parecia viver uma "lua-de-mel" com a sua torcida, e talvez isso tenha impedido que todos nós víssemos os problemas que o time já tinha e que se agravaram depois da participação do Leão da Ilha na competição continental.
O fato é que o Sport parece que se preparou apenas para disputar a Libertadores da América e quando chegou a hora de disputar o duro campeonato brasileiro, o time já não tinha mais estrutura nem força para soerguer a sua campanha, que já estava entre as piores da competição.
Ao final de 2009, o Sport vive o drama de mais um rebaixamento, o segundo somente nesta década, sem conseguir trazer à torcida o futebol consistente que acabou levando a equipe à sua segunda conquista nacional, a Copa do Brasil de 2008.
Como em 1988, quando o Sport havia disputado até então a sua única Libertadores, em 2009, em sua segunda participação, o Sport cometeu os mesmos erros de 21 anos atrás: elegeu cartolas totalmente despreparados para preparar o time em um nível acima do habitual, de disputar apenas jogos nacionais; faltou preparar a equipe adequadamente para encarar uma temporada de mais de 60 partidas, incluindo jogos de campeonatos estadual, continental e nacional ( e nisso implicaria a contratação de mais jogadores desde o início da temporada e não somente após a chegada do 3º treinador, quando a campanha do Brasileirão já tinha ido pro brejo), além de ter contratado jogadores mais experientes em nível de Libertadores da América (não com idade mais avançada).
Além disso, some-se o total despreparo da equipe em lidar com a situação de eliminação da Taça Libertadores, que poderia acontecer a qualquer momento, mas que parece que os cartolas do clube haviam se apegado a essa competição como se fosse a sua tábua de salvação. E esse foi o resultado dessa política completamente errada da administração Sílvio Guimarães: uma campanha de 13 pontos ganhos no 1º turno, com mais 18 pontos conquistados na 2ª metade do campeonato, que fizeram do Sport o lanterna da competição.
O pior que o time em determinados momentos jogava até bem, mas sempre era nítido que faltava controle emocional aos jogadores para dominar a partida e segurarem os resultados, o que quase sempre fazia o Sport sofrer gols decisivos no final das partidas. Some-se a isso a iniciativa totalmente errada da diretoria em contratar Emerson Leão "acatando à decisão da torcida", trazendo para o clube um treinador que passava pela sua pior fase profissional e que só trouxe ainda mais discórdia para o elenco. O que o presidente do Sport fez ao contratar Leão foi simplesmente derramar um galão de gasolina na fogueira que já queimava dentro do time.
Daí a situação desandou de tal forma que nem o pacificador Péricles Chamusca conseguiu salvar o time. Aqui vale lembrar que, em nenhum momento pretendo colocar a culpa nos 3 treinadores que passaram pelo Sport. A culpa única e exclusiva dessa situação pela qual o Sport passa é do presidente do clube, Sílvio Guimarães, bem como daqueles que o ajudaram, direta ou indiretamente a implodir a história do clube em um ano de uma das mais desastradas administrações que já passaram pela Ilha do Retiro.
A única salvação (nem sei se é possível pensar assim) é que a maioria dos jogadores da base do clube tem contrato até o final de 2010. Isso significa que, pelo menos, o Sport não precisará começar do zero para disputar a série B do ano que vem. Já tem técnico contratado, Givanildo Oliveira, que sempre que vem ao Sport traz bons resultados para a equipe e boa parte do elenco já confirmada para o ano que vem.
Ainda teve sorte com os resultados finais do Brasileiro, pois não vai ter nenhum grande concorrente de peso para disputar uma das 4 vagas de retorno à série A em 2011, já que o Santo André é um grande ponto de interrogação para o ano que vem e o Coritiba, que teve alguns bandidos disfarçados de torcedores envergonhando ainda mais o rebaixamento da equipe, deverá inclusive não jogar em seu próprio estádio no início do Brasileiro da série B como punição pelo ocorrido no último domingo, o que poderá prejudicar a sua campanha no ano que vem.
E como despedida, o Sport nem teve forças para impedir a goleada do São Paulo por 4 a 0, no último domingo, resultado que garantiu ao São Paulo a presença na Libertadores do ano que vem.
Agora a nós, torcedores do Sport, resta torcer e rezar para que o ano que vem nos reserve melhores recordações do que esse ano de 2009, que só teve de bom a conquista de mais um campeonato pernambucano e de uma campanha histórica na Libertadores. Além disso, fica o desejo de que a Libertadores, quando o Sport voltar a disputá-la, que não seja um verdadeiro karma para o leão da Ilha, já que é a segunda vez que o time disputa a competição e é a segunda vez que o time é rebaixado no mesmo ano. Que isso sirva de lição para quem, no futuro, estiver à frente do Sport.

Parabéns Flamengo, pentacampeão brasileiro

E como parte final da postagem devo render homenagens ao time do Flamengo, campeão brasileiro em circunstâncias totalmente merecidas. Num campeonato muito disputado, em que ninguém parecia querer ser campeão, o Flamengo deu uma arrancada fantástica no segundo turno e conseguiu se sagrar campeão depois de vencer o Grêmio, por 2 a 1, no Maracanã.
Porém, ao contrário do que a imprensa tanto alardeia, o Flamengo conquistou o seu 5º título brasileiro. O fato é que a FIFA sempre reconheceu e até hoje reconhece que o único campeão brasileiro de 1987 é o Sport Club do Recife, que disputou o campeonato brasileiro e venceu o Guarani na final. O que o Flamengo venceu naquele ano foi a Copa União, torneio realizado pelo Clube dos 13 e que não foi reconhecido pela CBF. Isto tanto é verdade que os representantes do Brasil na Taça Libertadores de 1988 foram o Sport e o Guarani, campeão e vice brasileiros daquele ano.
O Sport e sua imensa torcida não têm nada a ver com disputas internas que ocorreram em 1987 entre a CBF e os maiores clubes do pais, incluindo o Flamengo. O fato é que esse título é e sempre será do Sport, não importando o que o "povo" diz, já que entenda-se por "povo" os torcedores que são bombardeados, há mais de 20 anos pela rede Globo, jornais Lance e revista Placar, apenas para citar os principais exemplos, com a informação errada de que o Flamengo é o campeão de 1987 porque simplesmente essa tal Copa Uniao foi o torneio que teve a maior cobertura da época por envolver os clubes mais ricos do país na época, situação que mudou muito pouco (ou quase nada) até hoje.
Para a confirmação oficial do campeão de 1987, é só ir ao site da CBF e conferir a lista com os campeões e vice-campeões de cada campeonato brasileiro, desde 1971. Para acessar, basta ir ao site www.cbf.com.br/php/campeoes.php?ct=1.
Caso encerrado e parabéns ao pentacampeão Flamengo.
Boa tarde a todos.

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