terça-feira, 2 de agosto de 2011

Impressões do Festival de Inverno de Garanhuns - 2ª parte - Parque Euclides Dourado

Depois de postar sobre as minhas impressões sobre as apresentações e a estrutura da Esplanada Guadalajara, agora escreverei abaixo sobre as minhas impressões do que vi no Parque Euclides Dourado, em relação à estrutura, às atrações culturais e às apresentações que lá ocorreram nos palcos pop e forró.
O Parque Euclides Dourado sempre recebe algumas das principais atrações culturais do FIG, que não somente se resumem às apresentações musicais dos palcos pop e forró. Neste ano, repetindo as edições anteriores, o Parque dos Eucaliptos recebeu o circo, armado para receber atrações propriamente circenses e as peças de teatro infantil, exposições organizadas pela Fundarpe, visando difundir a cultura do estado de Pernambuco, além de exposições sobre a relação do barro com a sociedade brasileira em suas variadas vertentes e épocas, bem como as exposições institucionais da Polícia Militar, em que alguns PMs demonstravam seu lado artístico aos transeuntes (como num dos dias em que passei por lá e um policial estava terminando a pintura na tela de um quadro bem interessante), como também alertavam aos interessados sobre o perigo das drogas (e, neste caso, apresentavam uma sequência de imagens do "antes" e "depois" das drogas, em que o exemplo da cantora ainda viva Amy Winehouse já servia de alerta nas palestras ministradas pelos policiais). Ao lado, o estande informativo era o do Detran, em que alguns artistas se revezavam em apresentações institucionais alertando aos interessados sobre os perigos da imprudência no trânsito. Outro estande institucional foi trazido pela secretaria de saúde municipal, mostrando os perigos de animais peçonhentos e dos parasitas que transmitem doenças à população. Além da exposição de alguns pequenos animais empalhados, como tamanduás, ratos e gambás, os interessados ainda podiam ver no microscópio as cercárias, os parasitas que se alojam nos caramujos que transmitem a esquistossomose. O que não faltava era coisa para ser vista nestes estandes, aliando-se o passeio de início ou fim de tarde à boa informação das instituições governamentais.
Na parte onde, fora da época do FIG encontra-se a biblioteca municipal foi montada a estrutura das exposições trazidas pela Fundarpe. Lá dentro, vídeos sobre os eventos relacionados ao Festival Pernambuco Nação Cultural, do qual o FIG faz parte eram exibidos. As imagens de Garanhuns ainda eram do FIG do ano passado, mas sintetizaram muito bem o espírito do evento, que completou 20 edições no ano passado. Além disso, fotos dos patrimônios históricos mais recentes do estado de Pernambuco também podiam ser vistas, além dos livros e cd's de artistas pernambucanos que podiam respectivamente ser lidos ou ouvidos pelos interessados. Outra atração que ficava do lado de fora, para os mais "desinibidos" ou mais "inspirados" era o miniestúdio em que, pelo tempo de 2 minutos, qualquer pessoa poderia dar o seu depoimento espontâneo, sobre algum fato vivenciado pelo depoente que tivesse marcado sua vida e que fosse relacionado ao FIG, a Garanhuns, ou a Pernambuco. Estes depoimentos serão analisados para depois se transformarem no documentário Pernambuco na Memória. Deixei meu depoimento por lá e as duas pessoas encarregadas pela abordagem dos interessados e pela coleta do depoimento me deixaram sempre à vontade para que o depoimento se tornasse o mais espontâneo possível. Não sei como ficou, pois tudo foi falado de improviso, mas espero que tenha servido. rsrsrs
Para quem tivesse interesse em comprar produtos de artesanato ou camisetas levando o nome de Pernambuco, havia também a tenda de artesanato, que estava muito bem organizada de acordo com as regiões do estado: zona da mata (e litoral), agreste e sertão. Muitos produtos certamente despertaram o interesse dos turistas que por lá passaram. Além disso, ainda havia as opções de comida da praça de alimentação e dos chalés que lá também estavam, com variadas opções para todos os gostos.
Além das tendas, as atrações culturais também eram atrativos interessantes no Parque Euclides Dourado. Não estive no circo, mas quem foi certamente deve ter gostado do que viu. A única reclamação de quem foi, certamente, esteve relacionada às imensas filas formadas na entrada do circo, o que motivou inclusive declarações dos representantes do governo do estado no sentido de se buscar, no próximo ano, um espaço maior para que o circo seja armado durante o FIG. Esta ideia bem que poderia também ser aplicada, claro que de outra forma, ao Centro Cultural, que também enfrentou sessões do teatro adulto com público elevado, além das filas para a aquisição dos ingressos. A ampliação do Centro Cultural ou mesmo a sua reforma, para torná-lo mais confortável, já está mais do que na hora de ser feita, não é governo do estado e prefeitura?
Bom, voltando ao assunto do Parque Euclides Dourado, o palco destinado às apresentações servia tanto para os shows dos mais variados ritmos, desde o rock até o reggae e a MPB, no inicio da noite, até o tradicional forró, depois das 11 da noite. Os dois palcos recebiam públicos variados e a lotação da tenda variava conforme o horário: sempre cheia no horário do forró e com um público razoável durante as apresentações do palco pop. Mas, o fator importante a ser destacado nesta edição do FIG é que, finalmente, a Fundarpe voltou a dar o devido valor aos palcos do Parque Euclides Dourado, trazendo boas atrações na maior parte dos dias, nos dois palcos.
No palco pop, destaco as boas apresentações da cantora paulista Mariana Aydar (dia 16/07) que foi bastante carismática com o público e apresentou canções muito interessantes. Confesso que não a conhecia ainda e fiquei surpreso positivamente com sua apresentação. Outra boa atração foi o grupo maranhense de reggae Tribo de Jah (21/07), que fez a apresentação com maior público de todas do palco pop, apresentando novos e antigos sucessos. A banda trata muito bem seus fãs e ao longo do show distribuiu muitos cd's para os que estavam mais próximos do palco. Talvez, pelo público elevado, a banda maranhense tivesse se apresentado melhor na Esplanada Guadalajara, mas quem os assistiu dentro ou fora da tenda gostou do que viu. As apresentações da sexta, 22/07 também foram boas, destacando-se o grupo Tulipa Ruiz, bem como o único dia em que houve apresentações de rock, o domingo, 17/07 atraiu bom público ao Parque.
No palco forró, a Fundarpe também caprichou nas atrações. O bom forró foi valorizado, sem a presença das bandas estilizadas que inflacionaram as festas juninas Nordeste afora, e boas atrações pernambucanas foram trazidas para quase todos os dias. Atrações como Maciel Melo (15/07), Cascabulho (18/07), o conhecido Assisão (22/07) e Nádia Maia (23/07), foram alguns dos nomes que passaram por lá e que animaram as madrugadas no Parque. Na última noite, a do dia 23, mais uma vez o Parque recebeu lotação máxima, assim como no ano passado, fato que já citei na postagem anterior e que deveria ter as atrações da Esplanada Guadalajara revistas pela Fundarpe, para distribuir melhor o público e evitar que tanta gente fique no Parque sem poder entrar na relativamente pequena tenda destinada ao forró. Das duas uma: ou o palco do forró deve ser ampliado, para poder caber todo mundo, principalmente nas circunstâncias da noite do dia 23, em que chovia muito, ou então atrações que atraiam parte deste público para a Esplanada Guadalajara devem ser trazidas pela Fundarpe, para que o público mais reduzido possa ter o acesso facilitado à tenda do palco forró. Como dizem aqui na internet: "fica a dica" para a Fundarpe.
Quanto à estrutura do Parque Euclides Dourado, a única crítica que faço é quanto à falta da boa e velha brita na passagem entre a entrada e os palcos pop e forró. Pareceu-me que a brita que lá estava era a mesma que ainda havia sido colocada no ano passado. Nos trechos em que ainda havia brita, dava para passar sem colocar tanto os pés na lama, mas se a pessoa resolvesse passar pela parte sem brita, a coisa ficava feia, principalmente nos dias de chuva. Eu e meus amigos já estávamos "tirando onda" na primeira semana, pensando se no outro final de semana já teria aparecido algum sapo, jacaré ou coisa do tipo. O negócio ficou realmente sinistro nos dias de chuva, ficou parecendo um pântano. Pior ainda era o caminho para os banheiros químicos, que ficou ainda mais enlameado que a passagem que citei acima. Realmente, este foi o único ponto negativo a ser relatado quanto à estrutura física do Parque.
Outra coisa que, pessoalmente, não senti falta, mas que deve ter feito falta para os turistas foi, certamente, a ausência de pessoas, que deveriam ter sido preparadas pela própria prefeitura, para informar aos turistas dados básicos sobre o parque e sobre os caminhos para locomoção dentro da cidade. Não foram raras as ocasiões em que eu (e certamente outras pessoas que são de Garanhuns) fomos parados pelos turistas para responder a questões básicas, sobre como chegar aos hotéis da Rui Barbosa, ou sobre como se chegar à Praça Guadalajara. E, claro, para mim e para muitos é um prazer ajudar essas pessoas, mas essa função não pode ser deixada para nós, e sim deve ser assumida pela organização do evento, ou pela prefeitura, que é a anfitriã do evento. Lembro-me de uma situação, ocorrida antes do show de Mariana Aydar, em que uma turista de Olinda havia se perdido de seu grupo e estava tão desesperada que pediu para que o pessoal no palco avisasse pelo microfone que ela havia se perdido. Certamente, se houvesse alguém da própria cidade que pudesse dar informações básicas em todos os polos do FIG e não só na Avenida Santo Antônio e na entrada da cidade, certamente pequenos problemas como estes não teriam ocorrido.
No mais, o Parque Euclides Dourado cumpriu mais uma vez seu papel como um dos polos mais importantes do FIG. Espero que, a partir de agora, a Fundarpe se preocupe cada vez mais com este polo, para que as opções para o turista não fiquem somente restritas às atrações da Esplanada Guadalajara.
Nas próximas postagens, tratarei do Pau-Pombo, das atrações do Virtuosi na Serra e das demais atrações do FIG. Boa noite a todos.

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