quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Impressões do Festival de Inverno de Garanhuns - 3ª parte - Parque Pau-Pombo

Nesta postagem e na última, a ser postada em breve, tratarei dos polos menores do FIG, onde o público acaba ficando mais próximo dos músicos e intérpretes, em virtude das próprias questões estruturais dos locais destinados às apresentações. Nestes casos, estou me referindo ao palco instrumental, do Parque Ruber Van Der Linden, o Pau-Pombo e o Virtuosi na Serra, que ocorre na Catedral de Santo Antônio. O assunto desta postagem será relacionado ao Pau-Pombo e a próxima sobre o Virtuosi e outras atrações e exposições que vi durante o Festival de Inverno de Garanhuns.

O Parque Ruber Van Der Linden continua belíssimo e sempre que vou até lá me lembro da minha infância, quando quase todo domingo depois da missa meus pais me levavam até lá para contemplarmos um pouco da natureza contida naquele pedaço de mata incrustado no centro da cidade. A conservação do parque está boa e há muitos atrativos para quem admira a natureza por lá. Fico sempre feliz ao ver tantas flores em pleno inverno e as plantas sempre verdinhas, em bom estado, e isso aqui em Maceió faz uma falta danada. Não que aqui não exista uma natureza bela, mas que aqui em Alagoas parece que muitas pessoas e nem mesmo as administrações municipal e estadual ligam muito para as questões relacionadas à natureza. Algumas coisas têm mudado por aqui, mas ainda Maceió está longe de ser uma cidade que tenha muitos espaços naturais que possam contrastar com este forte calor que aqui faz e a poluição que já pode sentir no ar mais pesado dos constantes engarrafamentos das principais avenidas daqui.
Quanto às atrações do Pau Pombo e à estrutura montada para o FIG, por ser um parque de menores proporções que o Euclides Dourado, o Pau Pombo passa uma imagem de ser um local mais aconchegante. Além disso, a proximidade entre o palco e os chalés onde se vendem as comidas e bebidas faz com que as apresentações sejam sentidas como se fossem mais próximas e que os artistas são mais íntimos de nós que aqueles que se apresentam em palcos mais "distantes" do público. A própria questão estrutural do Parque, que só possui uma saída principal, também facilita a maior proximidade entre os artistas e o público, já que os músicos e cantores têm que passar com seus instrumentos e equipamentos por entre os espectadores, fato que motiva muitos a fazer a tradicional "tietagem" dos seus ídolos de momento ou daqueles que muitos já conhecem de outras apresentações ou mesmo de outras cidades.
Das atrações que vi, algumas me surpreenderam positivamente. Além do mais, o palco instrumental é um dos palcos em que se pode ver, no mesmo dia, atrações que contrastam com inovações e novos sons, feitos por grupos mais ousados, ou sons mais rústicos, antigos e clássicos, feitos por grupos também inovadores, já que não deve ser fácil trabalhar com estilos musicais que não costumam figurar entre as canções "mais pedidas" das rádios mais populares.
Assisti atrações como a boa Orquestra Henrique Dias (19/07), bem como o ótimo som clássico feito por Amarilis Rebuá e convidados, em que tive a oportunidade de ouvir a bela voz lírica da cantora Eliza Leão, além do grupo de música antiga Renantique, de Sergipe, que trouxe canções que foram compostas desde a Idade Média, sendo uma grande novidade para mim e para muitos que estavam presentes à apresentação. Além das apresentações de boa qualidade e do carisma dos componentes dos grupos, ainda vale a mencionar o cuidado que eles tiveram com o público, distribuindo folhetos com explicações e com o roteiro das atrações. Como sempre, também foi uma boa oportunidade para divulgação dos seus trabalhos, por meio da venda dos cd's com os trabalhos destes bons grupos musicais. A Sonoris Fábrica, de Pernambuco, fechou as três apresentações da quarta-feira, dia 20, mostrando ao público boas canções e algumas adaptações próprias de ritmos tipicamente pernambucanos, principalmente o frevo.
Mas, sem dúvida, o dia mais esperado foi a última sexta-feira, dia 22/07, já que o famoso grupo Quinteto Violado se apresentou em pleno palco instrumental, fato que reitera a tendência da Fundarpe em revalorizar os outros polos do Festival de Inverno, que foram quase que esquecidos nos últimos anos, principalmente no caso do Pau-Pombo. Além da apresentação do famoso grupo citado, ainda vale tecer elogios ao outro bom grupo garanhuense Street Striet's Jazz, que traz em seu repertório composições de jazz bem interessantes e que fazem lembrar as músicas do local onde o ritmo surgiu e se popularizou, New Orleans, nos Estados Unidos. Sem dúvida, quem não viu ainda uma apresentação deste grupo, recomendo, vale muito a pena ver. Pena que eles não ganharam no ano passado e nem neste ano o seu devido espaço no palco instrumental, tendo que se apresentar muito cedo. Apesar disso, os músicos de Garanhuns foram muito bem elogiados pelas atrações que os seguiram na noite da sexta-feira.
Vale destacar também que, apesar de que as atrações do Pau-Pombo só começavam a partir das 6 horas da tarde, a movimentação no Parque começava logo cedo, já que, descendo as ladeiras do parque o barzinho próximo ao pequeno lago sempre tinha música ao vivo, durante toda a tarde e ainda era possível fazer até cursos da área de culinária em um chalé de tamanho maior que os demais, que oferecia gratuitamente o minicurso para os interessados.
O Pau-Pombo, que já é um ponto turístico que vale a pena ser visitado em qualquer época do ano para quem não conhece e para quem mora em Garanhuns, fica ainda mais interessante na época do Festival. Por isso, quem for ao próximo FIG, em 2012, não esqueça de separar um tempinho na sua visita a Garanhuns para conhecer o parque e para dar uma boa olhada nas atrações que o palco instrumental sempre traz ao FIG.
Ainda esta semana postarei a última parte escrita destas minhas impressões e estou reunindo material para postar fotos e vídeos na próxima semana sobre o FIG. Aguardem.
Boa tarde a todos.    

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